Vinho da talha e talhas de barro

O que é o vinho da talha e a nossa atividade!

Quando falamos sobre vinhos, somos levados a imaginar os vinhedos ensolarados e as uvas de variadas cepas que resultam nas mais deliciosas bebidas. Porém, existe um tipo de vinho que vai além das expectativas e nos transporta para um passado distante, repleto de tradição e técnicas ancestrais. Estou falando do Vinho da Talha, uma atividade que merece ser conhecia por todos os entusiastas do turismo enogastronómico.

O Vinho da Talha, também conhecido como Vino de Tinaja ou Ânfora wine, é um tipo de vinho artesanal produzido na região do Alentejo, em vários locais, como Cabeção ou Vidigueira. Sua produção remonta a aproximadamente 2000 anos atrás, sendo considerada uma das técnicas de vinificação mais antigas do mundo. A sua origem remonta aos tempos do Império Romano, quando as ânforas eram utilizadas para armazenar e fermentar o vinho.

A produção do Vinho da Talha é uma verdadeira obra de arte que envolve paciência, conhecimento e uma verdadeira conexão com a tradição. A primeira etapa é a seleção das uvas, que geralmente são colhidas manualmente em vinhedos cuidadosamente cultivados. Em seguida, as uvas são desengaçadas e colocadas em grandes talhas de barro, que são enormes vasos de cerâmica usados para fermentação.

Nesse processo, as talhas são enterradas no chão, onde a temperatura é mais baixa e estável, propiciando condições ideais para a fermentação do vinho. Conforme o mosto fermenta, é comum utilizar técnicas de “pisar nas uvas”, ou seja, os produtores pisam com um utensílio próprio como se fosse uma grande colher de pau, para extrair o máximo de seus sabores e aromas. Em Cabeção e Pavia as talhas não estão enterradas mas, estão no chão.

A fermentação ocorre de forma natural, sem o acréscimo de leveduras selecionadas, aproveitando as leveduras presentes nas cascas das uvas e no ambiente. Esse processo pode durar algumas semanas, dependendo do estilo desejado pelo produtor. Após a fermentação, o vinho é deixado em contato com as cascas por um período de maceração, o que intensifica sua cor e sabor.

O resultado final é um vinho encorpado, com uma marcante acidez e um sabor deliciosamente único. Os Vinhos da Talha são conhecidos por sua expressão autêntica da terra e do terroir local, criando uma verdadeira experiência sensorial para quem tem a oportunidade de degustá-los.

Ao conhecer de perto a atividade do Vinho da Talha, temos a chance de viajar no tempo e desvendar os segredos dessa antiga tradição vinícola. Além disso, temos a oportunidade de apreciar um vinho que nos conecta com a história, a cultura e a riqueza enológica da região do Alentejo. O Munícipio de Mora candidatou-se e está inscrito no inventário nacional do Património Cultural Imaterial, porque no concelhos há produtores de Vinho da Talha.

Se você é um apaixonado por turismo enogastronômico e busca por experiências únicas, não deixe de explorar o universo fascinante do Vinho da Talha. É uma jornada que vale a pena ser vivenciada e que certamente irá deixar lembranças marcantes em sua memória e paladar.

Que tal? O que achas-te, gostarias de nos visitar no Alto Alentejo e fazer esta prova connosco?

Um abraço 🙂

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O Natal em Portugal como será?

Olá, olá

Hoje vou falar sobre o Natal tradicional aqui em Portugal, com todos os pratos típicos e tradições que envolvem essa época tão especial. Está quase a chegar o dia tão aguardado pelas crianças, a noite de natal.

O Natal em Portugal é celebrado com muita alegria, família e amigos reunidos, e claro, muita comida deliciosa. Uma das tradições mais marcantes é a Ceia de Natal, que acontece na véspera do dia 25 de dezembro. Nessa ocasião, preparamos pratos típicos que enchem a mesa de sabores e aromas irresistíveis.

Um dos pratos mais emblemáticos é o bacalhau. Em Portugal, a tradição é consumir bacalhau cozido com batatas, couves e regado com azeite, é um prato muito apreciado por todos e é presença obrigatória na noite de Natal. Além disso, existem várias receitas diferentes com bacalhau, como o famoso bacalhau à Gomes de Sá, que leva batatas, cebola, azeitonas e ovos cozidos, dando um toque especial à refeição.

Outra iguaria que não pode faltar na mesa natalícia é o peru assado. Ele é acompanhado por batatas assadas, couves de Bruxelas, cenouras e outros legumes. O peru é temperado com diversos condimentos, como alho, sal, pimenta e ervas aromáticas, e fica suculento e saboroso depois de assado no forno. É um prato que é comido em algumas zonas do país.

Além disso, temos os doces tradicionais que adoçam ainda mais essa época festiva, o bolo-rei é um dos mais famosos. Ele é uma massa fofinha e doce, recheada com frutas cristalizadas e frutos secos, como nozes, amêndoas e passas. É uma verdadeira delícia e é comum partilhar um pedaço de bolo-rei com a família e os amigos.

Outro doce típico é o sonho, que é uma massa frita em formato de bola, coberta com açúcar e recheada com creme. Você pode encontrá-los nas confeitarias durante toda a época natalícia. Além disso, temos as rabanadas, que são fatias de pão mergulhadas em leite, ovos e açúcar, e fritas até ficarem douradas. São um verdadeiro pecado de tão boas, adoro!

Além dos pratos, o Natal em Portugal é marcado pelas tradições religiosas. As pessoas participam da Missa do Galo, que acontece na noite de 24 de dezembro, e também há o presépio, que é a representação do nascimento de Jesus, montada em muitas casas e igrejas. As ruas são decoradas com luzes e enfeites natalinos, criando uma atmosfera mágica e acolhedora por todo o país.

Enfim, o Natal tradicional em Portugal é uma mistura de sabores, tradições e amor. É um momento de reunião familiar, alegria e partilha. Espero que tenham gostado de conhecer um pouquinho mais sobre como é celebrado o Natal por aqui.

Desejo a todos um Natal maravilhoso, cheio de paz, amor e muita comida gostosa! Agora conta-me como é o teu Natal.

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Vamos apanhar azeitona e provar o azeite Alentejano

Olá, cá estou eu para mais uma semana e trago as boas novas sobre apanha da azeitona. Pois é, a campanha no Alentejo, e na minha região já começou, os trabalhadores rurais já andam numa correria e os lagares estão a ser limpos para moer.

Esta atividade eu já conheço desde pequena, os meus avós possuíam oliveiras e produziam o seu próprio azeite, apesar de já terem morrido a tradição ainda se mantém. O azeite na minha casa sempre foi caseiro, das oliveiras dos meus avós passaram para a minha mãe e assim, produzimos o nosso azeite na zona de Proença a Nova.

Mas no Alentejo, onde vivo atualmente já andam apanhar azeitona, uns fazem-no de modo tradicional, outros produtores já utilizam máquinas. Porém, é uma atividade que pode ser feita e que está aberta a quem queira experimentar. Eu tenho essa atividade para ti! Podes fazer sozinho, em grupo, em família ou com amigos, fazes apanha da azeitona no campo junto dos trabalhadores, depois terás uma prova do azeite do ano passado. Nesta prova de azeite irás aprender a diferenciar os tipos de azeite, como virgem ou extra-virgem, o sabor dos diferentes azeites produzidos com azeitonas de diferentes tipos de oliveiras, como a redondil ou a cordovil.

Todos nós sabemos que o azeite traz benefícios para a saúde, cozinhar com azeite é mais saudável e faz parte da dieta mediterrânica. Tens todas as vantagens em aproveitar esta oportunidade da apanha da azeitona que só se faz uma fez por ano, entre outubro e dezembro. Ainda pode haver possibilidade de veres um lagar a funcionar, ver o processo todo até à garrafa. Não é excelente?

O que achas-te da minha sugestão de atividade para esta semana? Deixa um comentário.

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A gastronomia e vinhos alentejanos

Portugal é conhecido pela sua rica gastronomia e vinhos saborosos, e a região do Alentejo é um verdadeiro tesouro para os amantes da boa mesa. A gastronomia do Alentejo é rica em sabores autênticos e pratos tradicionais. Os ingredientes locais, como carne de porco, cordeiro, azeite, pão alentejano e ervas aromáticas, são a base de muitas receitas. Pratos icônicos incluem açorda alentejana, migas, ensopado de borrego e sopa de cação. O Alentejo é também famoso pelos seus queijos, como o queijo de Serpa e o queijo de Évora.

A gastronomia alentejana não só satisfaz o apetite dos visitantes, mas também desempenha um papel importante na promoção do turismo na região. Através da oferta de experiências gastronômicas autênticas, os destinos alentejanos conseguem atrair turistas em busca de uma verdadeira imersão cultural. Além disso, a valorização dos produtos locais e da cozinha regional contribui para o desenvolvimento econômico da região e a preservação das tradições culinárias. A comida é uma parte essencial da experiência de viagem e, é uma forma deliciosa de conectar-se com a tradição e a identidade local.

A região do Alentejo é uma das principais produtoras de vinho em Portugal. Seus vinhos tintos, brancos e rosés são reconhecidos internacionalmente pela sua qualidade e sabor. Castas como Trincadeira, Aragonez, Alicante Bouschet e Antão Vaz são amplamente cultivadas na região, resultando em vinhos encorpados, aromáticos e com boa estrutura. Começa a expressar-se em alguns locais alentejanos o vinho da talha, nomeadamente em Cabeção, Vidigueira, Reguengos ou Cuba, entre outros.

Os vinhos do Alentejo criaram uma rota na região onde estão alguns dos muitos produtores alentejanos (cerca de 60), a Rota dos Vinhos do Alentejo (Adegas na Rota dos Vinhos do Alentejo – CVRA) onde podemos comprar e/ou visitar as adegas e conhecer melhor o seu fabrico. É uma experiência apreciada não só por portugueses mas por estrangeiros, devido ao fato que se produziu em 2022, no Alentejo cerca de 32.721.150 litros (volume, segundo os dados do Instituto da Vinha e do Vinho).

Assim, podemos dizer que aliar a gastronomia, o vinho e o alojamento permite termos um produto turístico enoturismo. Uma tipologia que tem crescido ano após ano, com muitos aficionados no prazer de beber e comer boa comida tradicional, e dormir num bom alojamento no campo, na sua maioria junto às vinhas.

Seja vinho Alentejano ou de outra região gosto de apreciar e degustar com comida regional, é uma experiência enriquecedora como é identitária de uma região. Cada vez mais aprecio esta junção de produtos regionais de qualidade em zonas turísticas pouco expressivas.